Livro: Trago Seu Amor Em 3 Dias [Mel Geve]


Para o orgulho que sinto de autores que começaram divulgando sua obra na internet, Trago Seu Amor Em 3 Dias não foi o primeiro livro lido por mim a princípio na tela do celular, capítulo a capítulo, e posteriormente publicado e vendido em livrarias. Todavia, foi um dos mais especiais, pois além de tudo isso eu ainda pude estar lá no lançamento e conhecer a Mel, a autora fofa, muito simpática, advogada-que-passa-grande-parte-do-dia-usando-essa-terrível-linguagem-que-é-o-português-jurídico e escritora de coisas fantásticas e engraçadinhas como Trago Seu Amor, Brioche e Inconfidente (escrito com a Júlia Braga) no Wattpad.

O livro, uma analogia àqueles cartazes lambe-lambe que vemos colados nos postes de iluminação e muros cidade afora, conta a história de Amélia, uma senhorita que se parece muito com a Pocahontas, de acordo com a descrição, mas sempre imaginada por mim com a aparência da própria Mel Geve. Entre flashes de como é a vida na capital do estado de São Paulo - o que tornou a releitura ainda mais legal, considerando que agora moro aqui - e cursando a universidade, o leitor é tragado diretamente para uma festa meio morna no Sobradinho, na qual Amélia considera até mesmo ler sobre criogenia encolhidinha em um sofá após um diálogo com um cara chato que espezinha seu gosto musical. Mal sabe ela que ele gosta de plânctons, sorvete de chocolate com frutas vermelhas, boas conversas como a dela e, olha só, de várias de suas músicas preferidas.

Mas o Theo, dito rapaz de óculos quadradinhos, desaparece em um vórtice de confusões, e, meio desesperada, meio determinada, Amélia busca todas as soluções viáveis para reencontrá-lo. Quando isso não funciona, ela recorre à Madame Zumba, que promete trazer seu amor em três dias (ou cinco a sete dias úteis).

É uma leitura leve, até certo ponto, misturando várias indicações musicais - que, dessa vez, ouvi conforme transcorriam-se os capítulos - conversas por whatsapp, companheirismo de amigas e questões mais sérias como homofobia e preconceito religioso. Divertida foi, com certeza, e o terceiro livro mais vendido da FLIPOP me fez sorrir no ônibus de volta para casa mais de uma vez. As mudanças e a edição feita em relação ao publicado virtualmente na plataforma do Wattpad amadureceram a narrativa sem desprovê-la da essência dele, e não vou me surpreender nem um pouco se achar um lambe-lambe que seja a versão realista dessa capa linda colada em algum poste por aí. A minha única mágoa em relação a tudo isso é não ter uma foto sequer com a Mel, mas acho que um autógrafo e a memória do evento já me deixam ainda mais feliz com a experiência da leitura.

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